Com grande participação do público, composto por estudantes de moda, pessoas que se interessam pelo assunto, pesquisadores e outras pessoas que procuraram o evento, em busca de mais conhecimento sobre o tema, a pesquisadora Patrícia Sant'Anna abriu o ciclo de palestras falando sobre a Pesquisa de Moda no Brasil. Antes da década de 90, quem desejava trabalhar nesta área ficava desestimulado, por não haver formação superior e a produção estar rarefeita e não articulada.
O cenário muda nos anos 90, com início de cursos, professores que buscam novos conhecimentos para si e para alunos e, com a estabilização da economia e abertura do mercado internacional, os cursos se fortaçecem e passam a ser organizadas feitas e eventos, criando assim um calendário oficial da moda no país.
A pesquisa de moda na década de 90 passa a ter leque grande, desde a engenharia de produção, têxtil, criação, mestrados em moda e design. O cenário recente passa a ter apoio dos ministérios da Cultura, Relações Exteriores e Indústria e Comércio. A moda é tida como importante elemento da produção nacional, auxiliando nas pesquisas em diversos aspectos. “A moda precisa ser sempre arejada, quem trabalha com moda precisa ser viciado em descobrir coisas”, afirma Patrícia.
As especializações em moda se espalham pelo país e as graduações têm mais número no Brasil do que nos Estados Unidos. O cenário é promissor, visto que a classe média cresce no país, é fundamental sempre pensar no macro, para onde irão os produtos, como circularão no mundo.
Entre as carências, Patrícia destacou que a produção sustentável ainda é pequena, em todos os processos, faltam publicações acessíveis, ainda é pouco o diálogo com pesquisas e outros elementos e ainda é pequena a pesquisa de soluções para os problemas específicos que surgem.
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