Na parte da tarde, as palestras foram conduzidas pelos pesquisadores André Barros e Marion Velasco. Barros relatou as aventuras de Flávio de Carvalho pela moda e pela arte, tendo o corpo humano como um referencial, uma arquitetura, com diversas visões em croquis sobre o que gostaria de representar. Levou estes desenhos para as ruas, obtendo as respostas aos desenhos que levavam em conta as características da realidade local em que vivia.
Em sua coluna em um jornal, na década de 50, escreve sobre a influência do cotidiano na moda e na vida das pessoas e não somente em acessórios. Entre as suas conclusões estao as formas retas ligadas à tristeza e luto e as curvilíneas à alegria de viver. Elas se encontram tanto nos vestuários masculinos e femininos.
A moda é cíclica e mágica, passa pelos mesmos temas, silhuetas, mas no momento atual, migra de uma referência para outra, tendo as referências nas ruas, levando em conta elementos como as artes plásticas. Por isso é possível, por meio de estudos, antever as tendências.
Flávio concluiu também que as grandes mutações da moda se dão de baixo para cima na hierarquia social e, quando o alto é atingido, as mutações se disseminam como moda, indo para as ruas e, deixando claro, que o masculino e feminino se vestem de maneiras parecidas, tendo aproximação e com poucos detalhes diferenciando as peças.
Em seguida, a pesquisadora Marion Velasco, falando da importância da vestimenta na moda, retomou conceitos das palestras anteriores, que também foram disseminados em sua pesquisa, para falar sobre a importância de se ter a vestimenta na criação de situações, auxiliar na performance do usuário e não ser apenas um modo de expressão e reflexão de sua identidade.
Marion, em sua pesquisa de mestrado, abordou as questões do corpo, da vestimenta e do espaço, retomando o passado, quando as vestimentas restringiam a mobilidade, ligações com a arquitetora, a questão do espaço geográfico (leia mais aqui) e como revisitar projetos arquitetônicos os relacionando com vestimentas e moda.
Por fim, uma das conclusões é que a tecnologia, comunicação e transformações do mundo contemporâneo permitem que a vestimenta vá além da composição de uma aparência, afirmação da identidade, ela cria um corpo que performa, que configure outros espaços e ative novas formas de consumir e abrigar o mundo. E que, diante de tantas tecnologias possíveis com estas vestimentas, é fato que a moda não se altera de forma tão veloz.
No encerramento do curso, Patrícia Sant'Anna e André Barros apresentaram as tendências para a Primavera/Verão de 2012/2013 no Hemisfério Sul.
Encerramos a primeira cobertura em tempo real do Rê.criação! Espero que tenham gostado e, quaisquer dúvidas, sugestões e reclamações, entrem em contato por comentários, emails e demais meios de comunicação! Até a próxima!
Parabéns pela cobertura!
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