quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Vinicius de Moraes: O amor que nunca apaga


Toda quarta-feira teremos o especial Música.
Nessa seção, farei um mini perfil sobre pessoas de suma importância para a música num aspecto global.
Primeiro, começarei pela música brasileira. Pensei em começar com uma linha do tempo musical, mas decidi iniciar por aqueles que são mais famosos e depois vou explicando o funcionamento da música brasileira.


Vinicius de Moraes foi o único que viveu como poeta, Carlos Drummond de Andrade.

Em 19 de outubro de 1913 nasce, no Rio de Janeiro, Vinicius de Moraes. Desde  cedo mostrou-se ser alguém com certo dotes artíticos. Em uma entrevista, Vinicius disse que aos seis anos de idade já fazia poemas de amor para uma menina que era de sua sala.

Sua formação acadêmica foi o direito que o fez trabalhar, por muitos anos, em postos ligados ao Itamaraty fora do país, sendo vice-cônsul em Los Angeles. Vinicius era poliglota e um ferrenho intelectual. Dizia que dentro da faculdade aprendeu a aprofundar mais seus ensinos pela exigência de leitura e o meio em que vivia. Isso, com certeza, lapidou , e muito, o dom nato que o poeta já tinha.

Toquinho, Vinicius e Sérgio Buarque de Holanda
Pois bem, diplomata, poeta e jornalista. Em meados dos anos 50, Vinicius volta ao Brasil e já, a essa altura, possuia uma abrangência cultural grande. Já tinha publicado livros, escrevia para alguns jornais e ainda trabalhava no Itamaraty. Frequentava bares cariocas e fazia grandes sarais na casa de Sérgio Buarque de Holanda, pai de Miucha e Chico Buarque.

Por estar sempre na cena carioca, Vinicius acabou conhecendo muitos músicos e se entrosando mais com eles. Mas, esse encontro não foi o estupim de sua carreira musical. No final da década de 20, Vinicíus já compunha suas primeiras músicas em parceria com os irmãos Tapajós. Porém, foi na décade de 50 que nosso eterno poetinha se consolidava mais como músico.

Em 53 compos o primeiro samba, "Quando tu passas por mim". Vinicius dizia que o samba veio em sua vida por total influência de Pixinguinha, com quem fizera parceria, e compos lindas músicas, tais como "Lamento"


Em 54 veio a parceria mais forte de Vinicius que mudaria o cenário musical brasileiro e mundial para sempre: Vinicius conhece Tom Jobim.
A história foi a seguinte: Vinicius estava com um projeto de montar uma peça que iria se chamar "Orfeu da Conceição". Ele estava em um bar conversando com Haroldo Barbosa e Lucio Rangel, ambos jornalistas, sobre essa sua ideia. Lucio virou para Vinicius e apontou para um mocinho dizendo 'Porque você não experimenta aquele cara ali'. Aquele cara era Tom Jobim. Vinicius o chamou para sentar com eles e explicou o projeto. Tom, escutou tudo calado e ao final da fala de Vinicius o interrogou 'Tem dinheiro isso?'. Lucio Rangel ficou escandalizado pela pergunta medíocre de Tom, mas Vinicius relevou e deu uma chance ao garoto pianista.
A peça foi premiada e se transformou em filme "Orfeu Negro" que também contou com a participação de Tom.


A partir daí vocês já devem saber. Vinicius, Tom e, o baiano, João Gilberto começaram a testar uma mistura de samba com jazz. Uma batidade diferente com uma letra poética. Vinicius era o melhor em conseguir colocar o som das consoantes da palavra de acordo com a nota que sai da música. A Bossa Nova estava instaurada em terrirório mundial. Elizeth Cardoso foi a primeira a gravar um sigle da bossa nova. "Canção do amor demais", mas foi com "Chega de Saudade" que tudo explodiu. João Gilberto no violão e Elizeth, grande cantora da época, na voz. Tudo fluiu



Garota de Ipanema foi a principal música da parceria dos dois. Envoltos pelas curcas de Helô Pinheiros, Vinicius e Tom compuseram a música mais tocada no mundo, até hoje.
 Além disso, a dupla compos "Eu sei que vou te amar" "Insensatez" "A felicidade" "Agua de Beber", entre outras.

Desde então, Vinicius não parou mais. Era parceria atrás de parceria. Carlos Lyra, Luiz Bonfá, Os Cariocas, etc. Os shows não paravam de acontecer. A Bossa Nova era cantada por Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Stan Getz, entre outras personalidades fortes do jazz americano.
Em 1968, foi afastado do seu cargo diplomático , pelo AI5, por ser considerado boêmio demais. Não importava, até essa fase Vinicius já estava estourado. Suas músicas, as poesias, e uma gama maior de músicos queriam grava-lo.
No ano seguinte, Vinicius agregaria mais um para sua vida: Toquinho. O próprio Vinicius convidara Toquinho para cantar com ele. Os dois fizeram um disco juntos e belas músicas, como "Regra a três", "Tarde em Itapuã", " Para viver um grande amor" entra outras.



A última parte de sua vida, Vinicius já estava cansado. Mudou-se para Bahia e entrou em contado com o candoblé. Vivia com seus guias e suas rezas. Dai veio sua última forte parceria: Baden Powell.
Baden foi , sem dúvidas, um dos melhores violonistas do Brasil. Eles criaram o Afro-Samba.
Juntos fizeram o LP "Os Afrosambas de Baden e Vinicius". Lá, contém faixas como "Canto de Osanha", "Canto de Xangô", "Tempo de amor". O barato dessa mistura é como a sonoridade ficou interessantíssima. A mistura do berimbau com o samba e a poesia de Vinicius de Moraes.


Dia 9 de julho de 1980, morre Vinicius de Moraes. Com mais de oito filhos, nove mulheres e milhões músicas, poesias, livros.
Vinicius de Moraes era libriano. Libra é o signo do amor. Nada mais pode ser entendido na vida dessa poeta, músico, diplomata, Jornalista do que ter vivido a vida , intensamente, por amor e ter conseguido transcrever isso para nós.

Salve Vinicius. Obrigada por nos fazer amar mais com suas memoráveis obras.

Fique, abaixo, com suas principais músicas.







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