quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O desafio da arte, do artista e dos espaços artísticos em Campinas, no Brasil!

 Quem mora em Campinas sabe como é a triste realidade da cultura na cidade.
Falta de locais apropriados e incentivos para que artistas consigam tem um local onde possam trabalar. Jorge Bichhara, ator, político e produtor cultural nos dá uma visão crítica dessa triste situação em que vivem os campineiros



Teatro Castro Mendes fechado a mais de cinco anos
Qual o desafio como artista de Campinas? Onde foram parar os teatros? Campinas vive hoje um lado escuro, onde a política não escapa aos artistas. Todo artista seja campineiro ou não, de um jeito ou de outro é político. A política define nossas vidas. Se você vive em Campinas, você enfrenta censura, monopólio, interesses exclusivistas, críticas bairristas. Fica difícil de achar espaço moral, emocional e político para se distanciar da realidade podre que se assola.

A situação cultural e os artistas de Campinas travam duras batalhas, críticas severas ao governo (pudemos ver na passeata da classe realizada tempos atrás) insistindo por respeito. Os artistas estão em risco, bem como os teatros. Estão em perigo. Cultura não é prioridade do governo. Mas, ironicamente, esta situação dá poder à classe, porque são considerados, como artistas, referência para cultura, política a ao discurso social em Campinas. Os artistas estão lá para inspirar, provocar, mobilizar, trazer esperança, são os comunicadores. A arte é a arma. A cultura é a forma de resistência. Como se distanciar das questões políticas, se em uma cidade como Campinas “interditam” o teatro às vésperas de uma apresentação?

O povo campineiro depende dos seus artistas e a cultura está acima da comunicação. De fato, penso que ao invés de serem aniquiladas, as artes estão postadas a beira de um tempo no qual serão mais importantes. Tem-se dito há bom tempo que somos críticos para a saúde econômica em nossas cidades. Espero que saibam que cada real gasto num ingresso de um espetáculo, gera de cinco a sete reais adicionais para a economia local, reais gastos em restaurantes, estacionamentos, lojas onde se compram tecidos para os figurinos, o afinador de piano, etc.

Vejam, estamos todos unidos, por uma causa comum. Trabalhamos para promover sociedades vibrantes e sadias, para aliviar o sofrimento humano. Todos nós somos ativistas nessa busca e devemos abraçar e prezar a arte em nosso trabalho, qualquer que seja nosso propósito.

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