Campinas ainda tem pouquíssimos (para não dizer raros) locais gays ou friendlys e ainda há a síndrome de que abrir um bar ou casa noturna na cidade somente vai pra frente se durar mais de um ano. Quantos lugares que vimos abrir e fechar as portas nos últimos anos - muitos deles excelentes - e novamente ter que se dirigir a este ou aquele local que, por mais legais que sejam, já não nos satisfazem mais? Muitos já abandonaram a noite de Campinas há tempos e optam por São Paulo (TW, The Society, Lions, etc) ou outras cidades.
Não sou a favor de alguns discursos de que só temos que ir nos lugares onde somos aceitos. Aceito de boa ir a locais ditos héteros, pelo simples fato de que ao sair, procuro diversão, conversar com os amigos, dançar e não somente sair para a caça. Mas é claro que temos vontade de conhecer alguém e ter a liberdade de fazer e receber um carinho que, em muitos locais, não serão bem vistos e culminam em convites para se retirar, em nome dos bons costumes moralistas. (Agora o nego beijar duas minas na pista e quase ir pros finalmente é lindo e permitido né? Deixa pra lá..).
A minha dúvida é: Por que espaços bacanas não duram em Campinas? Falta divulgação? Falta público para ter vários espaços? Faltam atrativos que fidelizem os clientes? Confesso que em muitas vezes penso que a questão está no comodismo, de não deixar de ir em tal lugar porque lá é garantido que vai ter diversão, um bofe pra paquerar, uns bons drink, e etc. Mas acredito que quando muitos empresários abrem suas casas, eles desconhecem o público, o potencial da cidade, enfim, não estudam corretamente como atingir o público-alvo, como realmente mostrar que vieram para ficar. Os que sobrevivem, acredito que estão até hoje por dois motivos: falta de outras opções e um bom trabalho de fidelização e adequação ao longo dos anos.
Espero sinceramente que dois espaços bacanas que comecei a frequentar este ano, o Sonique e o Alegro Refresh Bar, sobrevivam a essa maré campineira e se juntem ao Piola, Livre Bar, BaseLounge e outros, que conseguem persistir e lutar diariamente para levar um pouco de diversão e permitir que tenhamos locais onde realmente somos aceitos, sem preconceitos, sem olhares tortos, sem aquela hipocrisia de que somos aceitos, até a página 2.
Por Anderson Botan
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